Dr. Goulden é um limnologista e ecologista aquático; ele estuda o plâncton dos lagos. Isso pode parecer um pouco estranho, porque ele nasceu e cresceu no período pós-depressão, época das tempestades de areia no Kansas, um estado não muito conhecido por seus lagos. Após os estudos de graduação na Emporia State University, ele fez doutorado na Indiana University estudando a reconstrução histórica de lagos naturais por meio da análise de microfósseis de animais em sedimentos. Em Indiana ele também começou a aprender a língua russa. Em seguida, fez um pós-doutorado de três anos trabalhando com G. Evelyn Hutchinson na Universidade de Yale, um indivíduo reconhecido como o “inventor da ecologia moderna”. Em 1965, Hutchinson encorajou Goulden a se candidatar a uma bolsa do Programa de Intercâmbio Cultural organizado havia pouco tempo pela Academia Nacional de Ciências dos Estados Unidos e pela Academia de Ciências da antiga União Soviética, e ele teve sucesso. Passou a maior parte do ano de 1966 trabalhando em Leningrado durante o inverno e no Alto Rio Volga no verão, mas também viajou para o Lago Baikal na Sibéria.
Em 1994 foi convidado a retornar à Sibéria e ao Lago Baikal, em parte por causa de seus conhecimentos da língua russa. Essa viagem incluiu uma visita ao Lago Hövsgöl, um antigo lago pouco conhecido, mas que faz parte da bacia hidrográfica do Baikal, no norte da Mongólia. Havia pouco tempo que a Mongólia tinha saído do bloco político e econômico soviético (1990) e estava se abrindo para o Ocidente. Cientistas ocidentais não haviam estudado Hövsgöl anteriormente, exceto em visitas curtas e, com o apoio da National Science Foundation, ele iniciou um programa de pesquisa de longo prazo com a ajuda de colegas mongóis, russos, japoneses, europeus e americanos, recebendo a aprovação do governo da Mongólia para listar o lago como um local internacional de pesquisa ecológica de longo prazo. Ao final da década de 1990 era evidente que o clima da Mongólia estava mudando com o aquecimento, já se aproximando de 40 graus Farenheit. Em 2001 ele foi convidado pelo Fundo Mundial para o Meio Ambiente e o Banco Mundial para desenvolver uma proposta de pesquisa e um programa de capacitação no Lago Hövsgöl para treinar jovens mongóis no estudo do seu meio ambiente e das mudanças resultantes do aquecimento do clima. Dezoito jovens mongóis foram contratados para estudar as mudanças na bacia hidrográfica do lago por cinco anos (2002-2006) e para se prepararem para estudos de pós-graduação no exterior em universidades internacionais. Doze desses indivíduos fizeram doutorado em universidades americanas, japonesas, alemãs e russas, e voltaram à Mongólia para lecionar em universidades ou trabalhar com os esforços do governo nacional para estudar os impactos das mudanças climáticas.
Entre 2008 e 2012 Goulden continuou seus esforços para aprender mais sobre o rápido aquecimento climático da Mongólia e seu impacto no meio ambiente por meio de entrevistas com pastores nômades, para aprender sobre suas percepções sobre as mudanças climáticas e testar suas observações através da análise de registros meteorológicos de longo prazo. Isso levou à sua pesquisa atual sobre mudanças nas chuvas e aumento da atividade de tempestades e o impacto no meio ambiente da Mongólia.